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A força da camisa azul

Nas aulas do Projeto Frevo na Praça, já foi possível observar que os professores dos Guerreiros do Passo utilizam nos seus encontros semanais no bairro do Hipódromo, camisas na cor azul padronizadas com a marca do grupo. O uso teve início em 2013, quando do lançamento da identidade visual da instituição, desenvolvida pelo seu criador, Jorge Hopper. Desde então, a camisa com a logomarca começou a ser difundida em todos os mecanismos de divulgação, principalmente nas mídias sociais na internet.

Num olhar mais atento, é possível perceber também, que, além dos atuais professores do grupo: Valdemiro Neto (Miro), Lucélia Albuquerque e Laércio Olímpio, alguns outros profissionais da dança foram contemplados com um modelo idêntico. Recentemente, foram colocados à venda alguns exemplares na cor branca e uma variação na cor preta, ficando a camisa azul restrita a um número seleto de pessoas. Muitos chegam a perguntar qual o motivo do modelo azul não ser comercializado aos alunos ou a qualquer outro admirador do grupo, já que a sua tonalidade chama bastante a atenção.

O que pode parecer preciosismo, na verdade, é uma homenagem simbólica criada pelos Guerreiros do Passo para destacar figuras importantes da história do grupo e pelo seu empenho em divulgar o legado cultural do Mestre Nascimento do Passo.
Além dos atuais professores, outros profissionais e artistas com reconhecida dedicação a instituição e ao ritmo já puderam receber o tributo. São eles: o bailarino e professor Jorge Marino (Brasília); os ex-professores do grupo Ricardo Napoleão e Gil Silva, o porta-estandarte Fernando Zacarias e o pesquisador japonês Chikashi Kambe.

Como foi mencionado acima, ter comprometimento com o trabalho do grupo e manifestar estima à história do Mestre Nascimento do Passo, são as principais referências para receber a homenagem. Porém, isso não deve ocorrer apenas na teoria. O merecedor da honra deverá apresentar essas atribuições ao longo de sua vida artística, ou ter sido destaque a partir do seu envolvimento no trabalho dos Guerreiros do Passo em qualquer período de existência do grupo. Não há necessariamente a preocupação de acumular tempo mínimo para receber a camisa azul, e nem a obrigação de o homenageado ser professor ou vislumbrar a função dentro da instituição. No entanto, se ao longo do tempo, qualquer participante, com a devida capacitação e com a concordância da diretoria, chegar a desenvolver interesse em ocupar o comando das aulas dentro do projeto, será um ponto a mais para a avaliação positiva.

As escolhas são criteriosas e passam pelo aval do núcleo duro da instituição, que avalia, além dos aspectos técnicos do trabalho com a dança, aspectos de identidade cultural, envolvimento interpessoal, motivação e entrega profissional. Além de um amigo e parceiro dedicado, o homenageado deverá demonstrar valores que evidenciam sua relação notória com o frevo e com a família Guerreiros do Passo.

O ato tem a pretensão também, de incentivar a busca pelo aprimoramento das habilidades técnicas dos envolvidos no Projeto Frevo na Praça, e o desejo de formar novos professores e multiplicadores para dá suporte nas ações do grupo e fora dele. Assim como nos estágios de graduação na arte da capoeira, em que os participantes se submetem às classificações dos níveis de aperfeiçoamento para receber uma corda, nos Guerreiros do Passo, a camisa azul é o mecanismo simbólico indispensável para ultrapassar as escalas de importância dentro do grupo, e até para ocupar funções de educador. O processo é acessível a qualquer interessado, estando este devidamente habilitado e preparado naquilo que é fundamental nas diretrizes e normas do grupo.

Os profissionais que recebem a homenagem devem respeitar os princípios que caracterizam as ações de qualidade da instituição, com a missão de levar o nome dos Guerreiros a qualquer lugar onde esteja atuando, representando não apenas a história de conquistas do grupo, mas, toda a obra do Mestre Nascimento do Passo.

Apesar dos poucos agraciados até agora, as homenagens não se encerraram com os nomes mencionados anteriormente. Temos a convicção que este ano e ainda no próximo, surjam outros contemplados para continuar seguindo nossa missão cultural. Nosso desejo é ver um dia a Praça do Hipódromo repleta de “azuizinhos”, colorindo o ambiente de atividades do grupo, numa tonalidade que representa a garra, a resistência e o amor de todos os Guerreiros do Passo pelo ritmo maior de Pernambuco. Viva o Frevo!

Eduardo Araújo

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