News - Guerreiros pretendem retornar às atividades abertas ao público ainda este ano/ Este site vai entrar em manutenção.

Sobre o Encontro de Pesquisadores do Frevo

Boas discussões e interessantes debates aconteceram no 1º Encontro de Pesquisadores do Frevo, organizado pelo Museu Paço do Frevo e que se encerrou nesta sexta-feira (28/11/14). O evento homenageou o pesquisador e carnavalesco Zado Cabral que faleceu no mês de junho deste ano. Grande figura do frevo e que merece todos os nossos gestos de respeito e saudação.
Três dias produtivos levantando questionamentos e difundindo saberes do ritmo maior de Pernambuco. O Paço está de parabéns! Um aspecto negativo no meu entender, foi não ver tantos passistas participando do evento. Fica difícil estabelecer uma relação de respeito da classe com o afastamento dos seus integrantes de encontros que visam especialmente, e entre outras coisas, a sua valorização como ser profissional e artístico do frevo. De qualquer forma, ofereço meus cumprimentos aos que se fizeram presente.

A abertura com Antonio Nóbrega no dia 26, entusiasmou bastante. A fala dele sobre a dança do Frevo (passo) motivou amplas reflexões acerca do assunto. A intenção desnecessária de querer inserir movimentos do balé clássico no passo, sem uma argumentação plausível e a mecanização da exibição dos dançarinos quando estão em atuação, foram um dos pontos fortes de sua fala. Temas que coincidem com os questionamentos que tradicionalmente fazemos no site dos Guerreiros do Passo e em conversas pós-aula no projeto desenvolvido pelo grupo na Praça do Hipódromo.
Minha participação como conferencista se deu nesta sexta e foi sobre os Guerreiros, sua história, atividades, abordando as ações e princípios norteadores do trabalho do grupo, o Método Nascimento do Passo, parcerias e ações propositivas para sua manutenção. Sai do encontro contente e exultante por outras oportunidades. Evoé!

Eduardo Araújo

Um comentário:

  1. Parabéns ao Paço do Frevo pela iniciativa do I Encontro de Pesquisadores do Frevo, momento rico e que aponta para o caminho importantíssimo da reflexão sobre a prática congregando seus praticantes para a troca de saberes... Pensar sobre o que se faz é um ato emancipatório, onde quem fala, pensa e põe luz sobre o que faz, como diz Paulo Freire, "diz a sua palavra", e, dessa forma conta a sua história... Se responder o que se quer com o frevo e/ou passo é basilar para sua relação com ele e com os seus... Pensar sobre como se dá a valorização/profissionalização do passista, os métodos existentes na atualidade para o ensino do passo ou a ausência deles, as políticas públicas (in)existentes para a música e passo, o estado em que se encontram os grupos populares espalhados pela metropolitana, o Concurso de Passo seu cachê e categorias, entre tantos outros assuntos, são temas que já apontam alguns caminhos de onde se quer chegar e também de onde não se quer chegar e merecem, portanto, um olhar mais atento dos que fazem e trabalham com o patrimônio imaterial o ano todo... “Quando não pensamos, somos pensados e regidos por outros”, dessa forma, toda ação que venha fortalecer o entendimento de “classe” é bem-vindo, frutífero e necessário... Evoé!!!

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